Parada Gay 2011 fará Protesto contra Cristãos
A 15.ª
Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior do mundo, já começa a
render polêmica nesta edição. Pela primeira vez, o evento se apropriou de uma
citação religiosa – e contará com representantes de um grupo religioso
desfilando na Avenida Paulista, no dia 26. A relação do preconceito com a
religião é o tema deste ano: “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!”
Uma carta
lida em coletiva de abertura do evento na segunda-feira (6) explicou a citação,
típica do universo cristão. “Respeitosamente nos apropriamos dela para pedir
fim à guerra travada entre religião e direitos humanos”, dizia o manifesto.
“O País está
sendo vítima de um sistema fundado em uma moral religiosa, mas este é um recado
direto para toda a sociedade brasileira”, disse o presidente do evento,
Ideraldo Beltrame. A carta cita que 260 gays, lésbicas, bissexuais, travestis e
transexuais foram mortos em 2010 por crimes de ódio, conforme dados do Grupo
Gay da Bahia.
Reverendos e
seguidores da Igreja Anglicana do Brasil, além de fiéis de outras religiões,
vão participar da passeata ao lado de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros
e simpatizantes. O grupo deverá ter um trio elétrico próprio. “Duzentas
pessoas, entre protestantes, anglicanos, metodistas e luteranos, devem estar no
carro”, disse Beltrame, seguidor da Igreja Anglicana. Budistas e hinduístas
também foram convidados.
“O trio deve
chamar ‘O amor lança fora todo o medo’, que é o que a gente prega”, espera
Ester Lisboa, fiel da Igreja Anglicana que ajuda a organizar o desfile. A
mensagem estará estampada em camisetas usadas pela comitiva, que trarão no
verso a frase “religiosos e religiosas contra a homofobia”.
Leia abaixo
a íntegra da carta aberta da Parada Gay contra o “conservadorismo e
fundamentalismo”:
Em 2010 mais
de 260 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram assassinados
no Brasil, em ataques tipificados pelas autoridades como crimes de ódio. Uma
sociedade que vende para o resto do mundo uma imagem de “acolhedora” e
“diversa” está com suas mãos sujas de sangue. Nós, brasileiros, carregamos o
título de país líder em assassinatos e violência contra LGBT.
Aqui se mata
mais homossexuais do que nos países islâmicos em que a homossexualidade ainda é
condenada pela lei com a pena de morte. A semelhança entre o Brasil e nações
como o Irã, Arábia Saudita e os Emirados Árabes é que aqui a pena de morte aos
LGBT também se dá através da fé e da religião, que, na teoria, não têm poder de
interferência em nossa constituição, porém, na prática, têm sistematicamente
regido a tão profanada Lei dos Homens, que deveria ser isenta e igualitária.
É inegável
que a conquista da cidadania tem avançado para a população LGBT; um mérito que
não é apenas da militância e do movimento organizado, mas também da nossa
sociedade como um todo, que tem se mostrado comprometida contra o preconceito e
todas as formas de discriminação.
Porém, como
toda ação gera uma reação, observamos o recrudescimento dos setores
conservadores. Eis que vemos no Brasil o surgimento de uma mobilização capaz de
unir fundamentalistas e extremistas de direita, religiosos e nazifascistas, que
numa voz uníssona bradam contra os direitos humanos de milhões de cidadãs e
cidadãos.
Antes,
nossos algozes agiam na calada da noite, nos violentando em becos à surdina,
como se, nos atingindo individualmente, pudessem nos exterminar pelas beiradas.
Hoje, saem às ruas, fazem abaixo-assinados, manifestam-se na Avenida Paulista e
marcham sobre a Esplanada dos Ministérios para barrar a garantia de nossa
dignidade.
Trata-se de
uma versão brasileira do movimento norte-americano “God Hates Fags”. A
diferença é que, aqui, os que creem que “Deus odeia as bichas” são muitos, têm
forte representatividade no Congresso, recebem a atenção da imprensa e,
infelizmente, ganham adeptos.
Na história
da humanidade, o nome de Deus não somente foi usado diversas vezes em vão, como
serviu para respaldar a violência e morte de diversas minorias. A escravidão
dos negros africanos, a condenação dos judeus e a perseguição às mulheres no
período de “caça às bruxas” são exemplos disso. Como herança cultural, ainda
temos estabelecido o patriarcalismo e a soberania de brancos como regras
informais de nossa civilização ocidental contemporânea. A Inquisição ainda está
viva no que diz respeito à homofobia, mas não só a ela.
Em tempos
modernos, os inquisidores apenas trocaram a tocha e a fogueira pela lâmpada
fluorescente, mas a condenação ainda ocorre em praça pública, consentida e
assistida por muitos.
Há quinze
anos, a primeira Parada do Orgulho LGBT de São Paulo reuniu 2 mil pessoas para
dizer que “somos muitos, estamos em todas as profissões”. Nos dias de hoje, os
mais de 3 milhões que nos acompanham, multiplicados pelas mais de 200 Paradas
que ocorrem em todo o território nacional, reafirmam isso e vão além.
Estamos em
todas as profissões, famílias, lares, escolas, esportes e igrejas. Sim, mesmo
sem você saber, sempre existiu e sempre existirá um LGBT ao seu lado, a quem
você jamais gostaria de saber ter sido vítima de bullying, humilhação, agressão
moral, violência física, sexual ou homicídio. Incluir e amparar
indiscriminadamente todas as pessoas não seria o principio básico da religião?
Se “quem ama
conhece a Deus”, qual seria a determinação religiosa para aqueles que professam
o ódio e a ira? Não é condenável levantar falsos testemunhos sobre a
compreensão da complexidade humana, assim como sobre toda e qualquer ação que
visa proporcionar o reconhecimento da existência de uma população comum? Se
para os crédulos, Deus não faz acepção de pessoas e todos são iguais perante a
Ele, porque insistem em nos manter à margem?
Respeitosamente,
nos apropriamos da frase “Amai-vos uns aos outros” para pedir fim à guerra
travada entre religião e direitos humanos, financiada pelas brasileiras e
brasileiros que dão voz aos fundamentalistas e extremistas que ocupam as
cadeiras do Parlamento e espaço nas mídias. Nós, os perseguidos, apesar de já
estarmos calejados de oferecer a outra face, usamos de suas crenças para dizer:
“Perdoai-vos. Eles não sabem o que fazem”.
Nota: É inadmissível que a violência seja levada em prática contra quaisquer
indivíduos ou grupos comportamentais. O amor de Deus é incondicional a
todo ser humano, inclusive aos homossexuais. Portanto, nenhum cristão na
prática da justiça deve julgar nem violentar seu semelhante, pelo contrário é
seu dever amar e respeitar as decisões de cada indivíduo. No entanto, o
movimento LGBT, motivado pelos mesmos sentimentos que eles mesmo acusam os
cristãos, estão tomando um caminho confuso e que leva a grande sofrimento. De
acordo com a postagem, os LGBT desconhecem o verdadeiro amor de Deus e ao
próximo. Logo sugiro que leiam o texto abaixo:
“Todo aquele
que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o
gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos
de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o
amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não
são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a
vitória que vence o mundo: a nossa fé”. 1 João
5:1-4.
Porem,
devemos saber que para amar ao próximo, não é necessário que concordemos com
seus desvios de conduta, principalmente quando esses são contrários aos
ensinamentos Divino, que são, totalmente contra ao sodomismo, prática dos LGBT.
Por:
Reginaldo Barbosa
Editor deste
Blog